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Detecção Precoce

do Câncer

O objetivo da prevenção secundária é detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais.

Apesar de o Outubro Rosa estar ganhando grandes proporções, não é de agora que os meses ficaram coloridos para conscientizar a população sobre uma causa, principalmente doenças, como o câncer. O objetivo é alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Especialmente essa última questão, uma vez que a cura tem ligação direta com a descoberta do tumor nos primeiros estágios.

O fato de poder disseminar a informação durante o mês inteiro é muito relevante. Dessa forma é garantido que exista tempo hábil para criar diversas ações em múltiplos espaços, podendo ter força para até alcançar o país ou o mundo inteiro.

Segundo a Dra. Jade Cury Martins, coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o único ponto negativo é a quantidade de causas para um único mês. “Isso pode confundir a população e desestimular a vontade das pessoas em conhecerem e se engajarem na campanha. O ideal é que exista uma única cor para cada mês”, diz ela.

Fora isso, tanto a Dra. Maira Caleffi, presidente voluntária da FEMAMA, quanto a Marlene Oliveira, presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida, acreditam que só existam pontos positivos.

“Também é um momento para as ONGs serem ouvidas e mostrarem seu trabalho para toda a sociedade”, ressalta Dra. Maira.

Mas para que essas campanhas alcancem seu objetivo, precisam chamar atenção da maneira certa. É preciso ter uma comunicação clara, eficiente e direta para alertar a população a ficar de olho nos sintomas. Mas sem desespero! É importante estar atento à saúde, porém também não é recomendado realizar exames em excesso.

CORES DOS MESES – como criar uma?

Não existe um calendário oficial sobre a cor de cada mês. Grande parte das campanhas coloridas são criadas por organizações não governamentais, sociedades médicas, hospitais e empresas do setor da saúde.

Dra. Maira, da FEMAMA, lembra que “são as instituições do terceiro setor que trabalham durante o ano inteiro em função da causa. Elas estão sempre atualizadas e possuem capacidade técnica para melhor informar sobre os assuntos a que se referem. Além de lidarem diretamente com os pacientes e suas necessidades, precisarem estar em evidência e serem ouvidas”.

É preciso que os interessados em criar um mês colorido se unam para discutir sobre essa questão. Também precisam ir atrás da mídia para que ela dê a devida atenção e impulsione a causa. Com isso, a chance da causa se consolidar e ser lembrada pela sociedade é maior.

Listamos aqui algumas das principais ações coloridas realizadas no país:

Julho Verde

O Julho Verde é uma campanha que visa a Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Ela é realizada pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).

Melissa Ribeiro, representante da ABCG, conta que o mês de julho foi escolhido “porque 27 de julho é o Dia Mundial de Alerta e Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. Já a cor verde foi eleita, por remeter à esperança”.

Esse tipo de câncer acomete a cavidade oral, nasofaringe, orofaringe, hipofaringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais e glândulas salivares. A previsão é que ele atinja cerca de 43 mil pessoas entre 2018 e 2019 no Brasil, de acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA). Dessa forma, representa 4% do total dos casos de câncer.

Os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da doença são tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, atualmente, o crescente número de casos de HPV (papilomavírus humano) entre jovens brasileiros.

Outubro Rosa

O Outubro Rosa foi criado nos Estados Unidos na década de 90 pela Fundação Susan G. Komen For The Cure. Essa instituição distribuiu na primeira edição da Corrida pela Cura, em Nova York, um laço cor-de-rosa para os participantes. E esse ato acabou virando uma tradição em todas as edições da corrida.

“O evento virou tradição anual em Nova York e o laço se tornou um símbolo. A partir daí, outras instituições, cidades e empresas se engajaram no movimento com suas próprias ações e campanhas, ganhando escala e volume, chegando ao resto do mundo pouco tempo depois” conta a Dra. Maria Caleffi.

Em 2008 a FEMAMA trouxe o Outubro Rosa de forma organizada para o Brasil. Foram realizadas várias ações pelo país em parceria com ONGs associadas. Pela primeira vez o Cristo Redentor foi iluminado de rosa e desde então, a organização lança anualmente uma campanha nacional.

Como o movimento foi inspirado no dos Estados Unidos, a cor e o mês já haviam sido definidos. Mas a Dra. Maria conta que o rosa foi escolhido pois representa, no mundo todo, a feminilidade. E como o câncer de mama afeta mais mulheres que homens, foi um jeito de chamar a atenção desta população.

Em 2018, foi sancionada a Lei 13.733/2018, estabelecendo oficialmente de outubro como o mês da conscientização do câncer de mama.

O Novembro Azul é um movimento criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida cujo intuito é chamar atenção para o câncer de próstata. Porém, essa não foi a primeira ação deles relacionada a esse tipo de câncer.

“Nossa primeira campanha relacionada ao câncer de próstata foi batizada de Um Toque, Um Drible, em 2008. Três anos depois, em 2011, lançamos o Novembro Azul no Brasil”, disse Marlene Oliveira, presidente do Instituto.

Ela conta que esse movimento teve como inspiração uma ação australiana chamada Movember, uma junção das palavras “moustache” e “november”, que significam “bigode” e “novembro”, respectivamente.

Junto a isso, no dia 19 de novembro, é comemorado o Dia Internacional do Homem, impulsionando a escolha desse mês. Já a cor azul foi escolhida para dar sequência e alinhamento ao movimento Outubro Rosa.

“Foi a melhor escolha para atrair a atenção do público e passar a mensagem. Atualmente, é a maior campanha de conscientização do câncer de próstata em nosso país”, conta Marlene.

O sucesso das ações do Instituto Lado a Lado pela Vida foi tanto que, em 2017, cerca de 100 milhões de pessoas foram impactadas. Foram mais de 460 ações, como iluminação de prédios e monumentos, palestras, ações em locais de grande circulação de pessoas e apoios de instituições e personalidades alertando para a importância da realização de exames preventivo.

Dezembro Laranja

Desde 1999 a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. Nessa campanha, é oferecido atendimento gratuito de prevenção a esse tipo de câncer no país todo.

Porém, foi em 2104 que a Sociedade criou o movimento Dezembro Laranja. “Inspirada pelas campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, de alto impacto e adesão, demos início ao Dezembro Laranja para alertar sobre o câncer de pele”, diz Dra. Jade, da SBD.

O mês de dezembro foi escolhido por ser o início do verão no hemisfério sul, época na qual lugares abertos são muito frequentados. Por isso, as pessoas acabam ficando mais expostas ao Sol, um dos principais fatores de risco para o câncer de pele.

Justamente pelo verão estar diretamente associado ao Sol é que a cor laranja foi escolhida.

Assim como nos outros movimentos, a SBD aposta na iluminação de monumentos para aumentar a conscientização. Além de divulgar informações em praias e parques, além de distribuição de filtro solar.

Mais cores!

O Ministério da Saúde tem um calendário completo das campanhas de conscientização coloridas. Veja aqui quais são as cores que eles apoiam.

 

Fonte: Revista Abrale, 10/07/2019

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